Dicas de lugares para comer em aeroportos pelo mundo – Paris, Noruega e Londres
Por Valquiria
Opções vão de restaurantes de chefs estrelados a culinária local
As opções em Paris, Noruega e Londres

PARIS – Você está em Paris! Ok, ainda nem recebeu a mala na esteira, mas está bem mais perto da cidade agora. E o que chegar a Paris pede? Um café com croissant, uma tacinha de vinho “rouge”, queijo. Talvez um croque monsieur? O CDG, grande como o general que o batiza, Charles de Gaulle, oferece todos estes estereótipos parisienses. Nem todos bons, mas, se estiver apenas em trânsito e quiser sentir um pouco da cidade, eles resolvem.
Roissy-Charles de Gaulle, o aeroporto com seu nome completo, é minha casa longe de casa, passei por lá 25 vezes ano passado (contei para escrever este texto). Acho que conheço o lugar melhor que meu bairro. O croissant com café está na Paul e na Eric Kayser, duas redes de padarias bem grandes.
O do Kayser é muito superior, dá para pedir um sanduíche de baguete de presunto e manteiga (o jambon-beurre) palátavel. O café não é bom, mas tem um balcão da Illy logo na porta de desembarque do Terminal 2E para o expresso correto.
Um segredo na chegada: há um lounge escondido atrás de um balcão no Terminal 2C, para quem desembarca; o único assim, os demais são para embarque. Viajantes frequentes têm acesso gratuito, mas por € 35 e, mostrando que está vindo de voo longo pela Air France e empresas do SkyTeam, pode-se entrar também. Qual a graça de ir para um lounge depois de 11 horas de voo e ainda pagar? É como chegar num hotel, tomar banho, tomar um café da manhã com frutas e suco, ler jornais, tirar um cochilo. Os voos chegam muito cedo e nem sempre os apartamentos de hotéis estão disponíveis em Paris. É uma descompressão para prosseguir.
Na área de embarque, depois da segurança, o panorama melhora muito, as lojas Buy Paris, na sua versão Gastronomie, vendem bons queijos — embalados a vácuo para viagem, mas costumo comer lá mesmo —, vinhos e salmão escandinavo.
Quando estou mais rico (com € 50 no bolso ou ainda algum crédito no cartão), compro meia garrafa de champanhe, um vidrinho de ovas e umas torradas e faço um piquenique farofeiro antes de subir no avião.
Na hora de partir, se der sorte e seu voo sair do Hall M do Terminal 2E, vai ter uma lojinha novinha da Ladurée para os macarons de última hora e marrons glacés (mas só na temporada, a partir do fim de novembro em diante).
Não faltam o que e onde comer no Heathrow
Nestes tempos de segurança máxima, cada vez chegamos mais cedo aos aeroportos. Fazer o quê? Encasacados e ensacolados, até a chamada final e embarque imediato, só nos resta comprar nos dutty free (que a esta altura do cartão de crédito, passo batida), sentar em algum local tranquilo e ler (há zonas de silêncio em vários aeroportos) ou, meu destino favorito, comer e beber.

Atentos a essas “hoooras” ociosas dos passageiros, os aeroportos andam investindo alto em restaurantes, cafés e bares para a turma se distrair. Ou mesmo levar em mãos algo melhor para se comer a bordo. É o caso do on-board picnic assinado pelo chef inglês Gordon Ramsay, que mantém um simpático restaurante no Terminal 5 do Heathrow, aeroporto de Londres, que nos recebe com nada menos do que 118 restaurantes espalhados pelos seus terminais. Não faltam onde, como e o que comer…
O restaurante de Ramsay é atração máxima do Heathrow: bem montado, preços “pé no chão” e vários tipos de refeições, incluindo infantil, café da manhã, brunch e chá das cinco. O menu express (chega à mesa num piscar de olhos) custa em torno de 19 libras (R$ 99) e pode trazer coisas como tempura levíssima de camarões e molho espetacular, fish & chips em grande estilo ou uma tábua só de queijos de UK, exemplares interessantíssimos que pouco conhecemos por aqui. O picnic, embalado em bolsas térmicas que garantem a temperatura certa, pode conter bacalhau fresco no molho chardonnay, franguinhos crispy com molho de tamarindo, burratas com lascas de trufas e torradas e por aí vai. Enquanto prepararam o pedido, somos brindados com uma taça de Bellini. Cheers! Sai em torno de 15 libras (R$ 78).
Outro chef televisivo e igualmente famoso, Heston Blumenthal, à frente do The Fat Duck, também está no Heathrow, no Terminal 2 (Jamie Oliver abriu restaurante em outro aeroporto de Londres, o Gatwick): se chama The Perctionists’ Café e, na verdade, é um café onde servem os pratos que aparecem em seu programa de televisão. Tudo ali traz a chancela do chef. O esquema e lanchonete chique, com grelhados, sanduíches, burgers, pizza…
Há outros bons espaços ainda para se fazer uma boa refeição até a hora da partida, como o Caviar House, onde come-se bem e gasta-se mais ainda. O king seafood plater, com camarões, salmão e beluga, passa de 50 libras (R$ 260). Mas te leva às nuvens. A onipresente rede inglesa Pret a Manger, que adoro, está por todo o Heathrow e o Gatwick. É das minhas refeições rápidas prediletas, saladinhas orgânicas, sucos naturais, sanduíches transados… Tudo é bom. Wagamama também é pouso certeiro, com noodles e bolinhos que seguraram a onda e estão espalhados por toda a Inglaterra… Custa um troco e é corretíssimo no que serve.
Noruega: última chance à pizza de rena
Nos corredores da área de embarque do aeroporto de Tromso, a maior cidade norueguesa acima do Círculo Polar Ártico, nada chama muita atenção de quem tem fome. Um pub “irlandês”, um café, um quiosque com sanduíches frios e superfaturados, tudo aquilo que poderia estar em qualquer outro terminal do mundo. Por que então uma loja da universalíssima Pizza Hut merece destaque? Porque ela serve pizza de rena. Sim, o simpático animal relacionado à lenda de Papai Noel é ingrediente muito comum na culinária tradicional da região, seja em ensopado, seja até em forma de hambúrguer. E, claro, acabou terminando em pizza. E o curioso é que o sabor não é oferecido nos restaurantes da rede no aeroporto da capital Oslo, por exemplo. Então, o terminal de Tromso pode ser a última chance de provar a iguaria.

O sabor da carne de rena é mais marcante do que a bovina, mas ainda assim, suave. Os cortes costumam ser macios, ao contrário do que se pode imaginar em se tratando de um animal selvagem e de grande porte. E na pizza isso se reflete, garante quem já provou. Mas um desavisado poderia não perceber a diferença.
A carne de rena é mais tradicional no norte da Escandinávia e em partes da Rússia, mas também é possível encontrá-la em restaurantes em capitais como Oslo e Helsinque, na Finlândia. Uma rede de pizzarias finlandesa, inclusive, se tornou mundialmente conhecida quando rebatizou sua pizza de rena com o nome do ex-primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi, que teria criticado o uso de animal tão fofo como ingrediente.
Uma fatia na Pizza Hut do aeroporto de Tromso custa 48 coroas norueguesas (cerca de R$ 21). Tem também um combo com duas fatias, uma salada e uma garrafa d’água por 130 coroas norueguesas (R$ 57). Não é barato. Mas quando você comerá pizza de rena novamente?
Fonte e na integra: O Globo